Edição de 18/8/2020: Adicionado capítulo sobre procrastinação.
Como Estudar
— Um Guia Básico
Aprender
1) Aprende ativamente, não passivamente:
Maneiras passivas de aprender, são aquelas em que basicamente estás numa posição de espectador, em que vês fazer. Exemplos de maneiras passivas de aprender:
Ler e sublinhar.
Ouvir.
Ver outra pessoa a fazer alguma coisa.
Maneiras ativas de aprender são aquelas nas quais tens algum tipo de produção. É desta maneira que deves aprender:
Escreve: resume, faz mapas de conceitos, comprime notas, desenha, faz demonstrações, resolve exercícios.
Fala / explica a outra pessoa.
Relembra-te do que leste/ouviste sem olhar.
Pratica e aplica o que acabaste aprender.
Em vez de leres demonstrações, fá-las. Em vez de apenas leres slides / sebenta, vai também resumindo por escrito e/ou em voz alta e por palavras tuas ou vai fazendo um mapa de conceitos daqilo que estás a entender do que estás a ler. Em vez de aceitares cegamente as afirmações feitas nos livros, pergunta-te porque é que é assim, e por aí a diante.
2) Aprende por ligações de assuntos, não por memorização de factos. Ou seja, relaciona os tópicos novos, com coisas que já saibas. É importante ver o conhecimento como uma espécie de árvore. Deves perceber o tronco e os ramos antes das folhas, senão não têm nada a que se agarrar. Aqui está um exemplo de um artigo que faz precisamente isso e que usa o estilo Feynmaniano de explicar as coisas por termos simples. Outra maneira de ver isto é como na imagem em baixo. Cada ponto representa um conceito/ideia. Quanto maior um ponto, maior o número de ligações que tem com outros pontos, ou maior seu impacto em ti. Exemplos de pontos desses são conceitos gerais e/ou com carga emocional: amor e liberdade(ambos), nomes dos familiares (emocional), ser vivo (conceito geral). Os agrupamentos representam assuntos do mesmo tema. O processo ideal de aprendizagem é o de aprender por relações (um bom exemplo de relações são analogias). O cérebro efetivamente cria ligações físicas muito semelhantes às que estão representadas na imagem (c.f. Brain Rules do John Medina). Ao memorizares factos estás simplesmente a criar pontos desligados de tudo o resto, o que torna o trabalho de aprender bastante mais difícil e ao mesmo tempo mais fácil de esquecer. Várias técnicas de memorização utilizadas por desportistas de memória assentam precisamente no facto de não só interligarem aqilo que querem memorizar, mas com o cuidado de ser com pontos grandes, daí o facto de preferirem imagems o mais ridículas e pessoais possíveis.
Entende todos os conceitos sobre um dado tópico, usa analogias, desenhos ou imagens visuais e simplifica ao máximo para aprenderes por ligações de ideias, por oposição a decorares definições, memorizares respostas e mecanizares resoluções.
Entende todos os conceitos – Se qiseres entender com sucesso uma dada matéria a única coisa que tens de fazer é entender todos os conceitos que lhe estão relacionados.
Cada conceito que entendes é mais um ramo ao qual novas folhas se podem segurar (utilizando a analogia de há bocado). Imagina que há um livro em que cada página tem um conceito, e que cada conceito está relacionado com o anterior.
Se houver algum conceito que te pareça difícil e então decidas saltar, os seguintes vão ser mais difícieis de entender.
Esta é uma das razões porque quanto mais bom aluno és, mais fácil se torna ser bom aluno, e quanto pior aluno fores, mais difícil se torna atingir o nível deu um bom aluno caso decidas de repente subir a média ou endireitar-te. Torna-se isto um tal efeito avalanche, que depois os bons alunos são vistos como "sobredotados" quando na verdade temos é uma boa dose de ramos ao qual novas folhas se podem agarrar (para além de bons métodos de estudo).
Por exemplo, imagine-se um aluno que teve 20 a todas as matemáticas e a álgebra e outro 10. E vão os dois agora para o 2º ano. De repente o aluno de 10, quer ser bom aluno e ser igual ao de 20. Aparece uma disciplina em que é preciso, para se ter 20, saber fazer demonstrações que envolvem conhecimento matemático.
O aluno de 10 admira-se como é que em tão pouco tempo o de 20 conseguiu saber fazer as demonstrações. Na verdade, o de 20 já sabia a parte toda de matemática, só precisou de estudar a parte específica da disciplina, que nem era nada de especial. Enquanto isso o de 10 perdeu muito tempo às voltas com aqilo porque as demonstrações parecem muito difíceis. E realmente, para quem não perceber o seu funcionamento geral, são.
Percebe as coisas logo na primeira vez que as encontrares. E lembra-te que só entendes algum tópico se o souberes explicar por palavras tuas e souberes dar um exemplo concreto. Ao tentares explicar algo a alguém, poderás notar falhas no raciocínio - lembra-te dessas falhas porque é aí exatamente que está uma lacuna no teu conhecimento - e poderás ver que não consegues dar nenhum exemplo. Isso são provas que não entendes totalmente o tópico. Nota: entender é cansativo mentalmente e por isso é que usamos, às vezes sem querer, o atalho de memorizar ou de aceitar cegamente as afirmações que nos são ditas. Mas é um atalho com custos: não só não consegues ter espírito crítico como também não consegues adaptar esse conhecimento a situações novas fora daqila em que memorizaste. Além disso será um desperdício de dinheiro, uma vez que andas a pagar propinas para ficares a saber muito pouco.
Usa analogias/comparações – Uma maneira de aprender uma coisa é reconhecer semelhança(s) importantes entre ela e outra mais fácil de perceber. Uma analogia é apenas um meio para se xegar ao conhecimento, meio esse que pode ser abandonado quando já entenderes o conceito. É como usar muletas enquanto o músculo ainda não está forte (analogia para entender a utilidade das analogias ^^). As analogias são algo de pessoal, porque dependem daqilo que cada um sabe. Veja-se alguns exemplos:
Exemplo de analogia: Dizer que a Terra tem 4.5 biliões de anos e que os seres humanos só existem há 0.2 milhões dá uma ideia de que realmente somos muito novatos na nossa casa. Mas se utilizarmos uma analogia para esta informação vamos conseguir-nos aperceber muito mais facilmente do seu significado. Analogia pode ser por exemplo utilizar medidas de tempo que nos são familiares. Se a história da terra fosse comprimida num ano, o ser humano só apareceria em 31 de Dezembro às 23h. Está ou não está mais claro?
E mais outro exemplo: O primeiro homo (espécie humana) apareceu há 2.8M anos e a revolução agricultural do neolítico há cerca de 10k anos. Ok. Há aqui uma discrepância. Mas e se disséssmos que o primeiro homo apareceu há 125 000 gerações (esperança média de vida 20 anos... yup... era assim tão baixa...) e que a revolução agricultural foi há apenas 500 gerações? Agora fica mais claro esta diferença abismal de depois de 125 000 só nas ultimas 500 gerações é que passámos a cultivar coisas e a domesticar gado.
Outro exemplo: Em 2009 um avião do voo da AirFrance 447 despenhou-se no meio do Atlântico e demoraram 2 anos para encontrar as caixas negras. Foram encontrá-las numa última tentativa desesperada a 4km de profundidade perto do último local conhecido do avião. Mas porque é que demoraram tanto tempo? 4km é uma distância assim tão grande? Mais uma vez aqui podemos usar uma analogia. Para mostrar como as analogias são algo subjetivo, se a distância da tua casa-escola fosse 1km e fizesses isso a pé frequentemente, saberias ter uma noção da distância (e que corresponderia a aprox. a 1h a andar a pé). Ou então, 4km corresponde a duas Serras da Estrela uma em cima da outra. Mas para quem não tiver noção da altura da Serra da Estrela isto não fica claro, portanto, cada serra da estrela sao aproximadamente 60 edifícios de 10 andares cada uns em cima dos outros. E foi por isso que foi tão difícil conseguirem resgatar as caixas negras;
Um exemplo da nossa área: Estando com dificuldades em entender o significado da derivada de uma função, podes imaginar que a derivada é como uma placa das que dá a inclinação numa estrada, em que a estrada é a função. O gradiente de uma função basicamente são como placas que dizem a inclinação da estrada em cada direção.
Outro exemplo: Posso decorar que "uma série de Fourier é uma soma de funções harmónicas para representar uma função periódica". Mas daqui a uma semana (ou antes) já me esqueço. Então para entender aquela frase o primeiro passo é entender todos os conceitos. O que é uma função harmónica? O que é uma função periódica? Estando isto percebido, fica a faltar perceber a relação dos dois, um bocado abstrata, como uma 'soma'. Podíamos dizer que cada tecla de um piano produz uma função harmónica (não é bem, mas o que mais interessa nas analogias é entender o tópico e não tanto a veracidade das analogias que criámos) (frequências diferentes) e que podemos carregar com mais ou menos força na tecla (amplitude da onda). Então uma série de Fourier é como que um acorde no piano de maneira que o som resultante seja o da função periódica.
Usa figuras/desenhos/esquemas – Ideias abstratas podem tornar-se mais claras se as conseguirmos visualizar. O caso da analogia da derivada é um exemplo disso. Utilizar desenhos e imagens nos apontamentos facilita a compreensão e, por conseguinte, a memorização, comparativamente a texto corrido (ver em baixo onde se fala no 'Picture Superiority Effect');
Simplifica – Vários cientistas de renome são da opinião que se não consegues explicar uma coisa de maneira
simples é porque não a entendes suficientemente bem. Exemplos de simplificações são resumos, desenhos, esquemas e utilizares linguagem simples. Se uma criança conseguisse entender o que escreveste/disseste/desenhaste, melhor. Utilizar simplificações é útil porque por exemplo a nossa memória de trabalho (para quem percebe de computadores é o nosso eqivalente à RAM) é relativamente limitada. Já te deve ter acontecido que estás a estudar um tópico e às tantas já não sabes a que propósito é que veio esse tópico. No entanto, se a razão que levou a esse tópico for complicada, torna-se difícil contextualizar este tópico. E aprender uma coisa sem contexto é como uma folha sem ramo, vai cair.
Tempo, Intensidade e Eficiência
São os 3 pilares que permitem saber o máximo no menor tempo total possível. "Aumento da competência sobre um tópico" = tempo · intensidade · eficiência. Podemos comparar isto a um carro. Então "aumento da distância = tempo a andar · quanto fomos a carregar no acelerador · potência do motor.
Tempo: Tem a ver com o tempo que dedicas ao assunto. Como não podia deixar de ser, e é óbvio, é preciso investires tempo a estudar, caso contrário é impossível aprender o que quer que seja. Para te ajudar a controlar o tempo uma hipótese é cronometrares o tempo dedicado (para cada disciplina, no caso do estudo aplicado à faculdade). Deste modo torna-se muito mais fácil controlares o tempo investido num certo tópico/disciplina, e geri-lo da melhor forma. Este é o resultado das medições das horas de estudo ao longo dos anos que fui fazendo. Se realmente quiseres ter boas notas (ou, mais importante que isso, saires da faculdade com sólidos conhecimentos) quanto mais cedo começares a estudar e quanto mais consistente for o ritmo de estudo, mais fácil fica.
Intensidade: Tem a ver com o quão focado e quão intensivo é o estudo.
Quanto mais intenso, mais sentes que estás a puxar pela cabeça. Só está a ser uma sessão intensa se sentires que estás a puxar por ela (exceto quando estás cansado). Geralmente quanto mais ativo (e portanto menos passivo) for o estudo mais vais sentir isso.
Foca-te. Elimina as distrações. Elimina fontes que requeiram constante força de vontade para não as fazeres. Por exemplo, se tens TV no quarto e precisas de força de vontade para não cederes à tentação de a ligar, podes fazer com que seja mais difícil ligá-la (tira-a do quarto, desliga da tomada, afasta o comando,...) Se tens um jogo no PC de que gostas e que está à distância de um click e ao qual cedes frequentemente quando devias era estar a estudar o movimento harmónico de um sistema de n graus de liberdade, então se calhar é melhor desinstalares o jogo temporariamente. Vai buscar o copo de água de antemão para que a sede não se torne desculpa para interromperes.
Vai puxando, aos poucos, os limites do tempo em que consegues estar focado/concentrado a 100% naqilo que estás a fazer. Se quiseres ser mais científico, cronometra para ver qdo é que começas a deambular, e vai aumentando esse tempo. É algo treinável ;
Esta capacidade de nos focarmos no que estamos a fazer é treinável. Com treino é possível conseguirmo-nos focar por mais tempo, com mais intensidade e entrar no estado de mente em que tudo à tua volta desaparece menos o objeto do focus mais rapidamente.
Um método que ajuda indiretamente a aumentar a intensidade tem a ver com limitares o tempo para estudar ou para não estudar. Por exemplo se definires que só podes estudar das 18-20h, e o resto do tempo é para as aulas ou para outras coisas que não tenham a ver com a faculdade, então instintivamente sabes que tens de aproveitar bem essas 2h, porque se não o fizeres ficas com coisas por fazer.
Uma das razões que podem tornar altas intensidades difíceis de atingir é a vontade de parar de trabalhar. Remotiva-te, cria uma sensação de urgência.
A intensidade tem um efeito secundário que é o cansaço. Mas isso pode ser atenuado com sestas, e períodos de descanso intensamente relaxantes.
Eficiência: Tem a ver com os métodos de estudo que usas.
Aprende de maneira ativa e aprende por ligação de assuntos ;
Elimina o pseudo-estudo. Passar coisas a limpo, por apontamentos mais bonitos, ir buscar exames de anos anteriores e organizar as pastas e cadernos das disciplinas parece estudo porque estamos a trabalhar, e faz-nos sentir bem connosco porque parece que estamos a estudar, mas na verdade é muito pouco eficiente (método passivo) e é pouco intenso. Só será intenso e eficiente se por exemplo o reescrever os apontamentos das aulas implicar escrever por palavras tuas, escreveres mais exemplos, fizeres esquemas teus, resolveres os exercícios por ti e não simplesmente copiar ou ir olhando para a resolução... Existe pseudo-estudo que é necessário, mas é por isso que se deve começar a trabalhar cedo, de maneira que possa ser feito muito antes dos exames e testes.
Técnicas
1) Técnica de Feynman
Quando vires um conceito que estás com dificuldade em entender, que te parece relativamente complexo, ou para veres se entendes bem de um tópico/quando não sabes o que não sabes, usa a técnica de Feynman. A técnica é simples:
Pega numa folha de papel
Escreve algures como título, o conceito que queres entender.
Explica a ideia como se a estivesses a ensinar a alguém sem olhar para o livro ou apontamentos. Ou como um professor meu gostava muito de dizer "imagina que alguém muito aflito se xegava ao pé de ti, te agarrava pelos ombros e te pedia "explica-me resumidamente (...)"
O que é crucial nesta técnica é que este último passo muito provavelmente vai repetir algumas das áreas que já entendes. No entanto, hás-de xegar a um ponto onde paras de escrever porque não sabes explicar. É precisamente esse o (um dos) vazio no conhecimento que precisas de encher.
Pode ser usada em conjunto com analogias/desenhos/esquemas;
Esta técnica é muito eficiente em termos de tempo, no entanto é muito desconfortável e cansativo mentalmente, porque o cérebro está a tentar juntar/ligar as coisas que aprendeste de maneira que façam sentido para ti. Aplicada em ME3 (falta pôr)
Pergunta "porquê?" constatemente
Ao aprenderes algo, aprende até ao ponto em que o conseguirias explicar a uma criança.
Em vez de memorizares coisas arbitrariamente, procura pela explicação que as torna óbvias.
Faz os exercícios com o auxílio dessa folha e vai preenchendo as lacunas existentes. Usa mapa de conceitos (setas com as relações entre as conceitos/ideias). Para isso tenta evitar escrever o mesmo conceito (a palavra) em locais diferentes. Usa setas.
Exercícios que tiveste alguma dificuldade, escreve numa folha os passos críticos da resolução desse exercício. [exemplos de TC] Fazer uma folha só com coisas deste género ou pô-las junto das folhas de compressão de notas do tópico respetivo.
Ao fazer um exercício deves ter algumas coisas em conta:
Deves ter feedback disponível sob a forma da solução, da resolução desse exercício ou de problemas semelhantes. Fazeres um exercício, dando o teu melhor, mas sem saberes o que é que erraste pelo meio, não serve para grande coisa.
Os exercícios devem ser feitos por ti, sem ver a resolução - a menos que estejas absolutamente encravado - e servem para perceberes as áreas que requerem atenção e para fazer debugging do mapa mental que construíste sobre o tópico. A compreensão não vem de resolver N exercícios parecidos, mas sim de perceberes bem alguns poucos, que englobem toda a matéria em estudo.
Especialmente nos tópicos onde não estás muito à vontade, pode ser útil ires escrevendo o teu raciocínio na tentativa de resolução do exercício. Vai escrevendo perguntas que forem surgindo pelo meio, e tentando responder a elas. Ao fazeres isto vais-te deparar com muitas dúvidas que nem sabias que tinha, e de outras disciplinas que não as que estás a estudar... Muitas vezes o que também poderás notar é que tens dúvidas em matérias passadas/bases. Isso são falhas do estudo passado que devem ser corrigidas para poderes continuar.
Tendo o raciocínio e as dúvidas escritas torna-se muito mais fácil de analizares os possiveis erros no raciocínio e de analizar as dúvidas para encontrar uma resposta.
Se encravares (tipo meia hora/1hora sem conseguir avançar) vê o mínimo necessário da resolução para responder às dúvidas que escreveste e para prosseguir com o exercício. Ao veres que erraste nalguma parte/ ou ao veres que não sabes fazer alguma coisa pergunta-te: o que é que precisavas de entender, para saberes fazer corretamente o exercício? Trata de entender isso. Exemplo dos somatórios de IO.
Não tenhas pressa em ver a solução de um problema. Tem calma, e tenta antes entender o que estás a fazer, de maneira que quando fores ver a (re)solução seja só para confirmar e não para aprender.
Além disso, também não tenhas pressa em resolver muitos exercícios. Se fores com calma e entenderes cada um muito bem, os seguintes ficam bem mais fáceis e não precisas de resolver tantos.
o objetivo de fazer 1 exercício não deve ser o de xegar ao fim com a solução certa mas aprender no processo de tentativa de resolução.
Quando tens um problema para resolver, descreve-o da maneira mais simples possível e por palavras o mais comuns possíveis, de maneira que até uma criança percebesse;
Outros
Sabes a senação de quando finalmente entendes um conceito? "Fez-se luz", "Já vejo a matrix", "Era a peça do puzzle que faltava" ou os momentos "Aha!". O objetivo ideal durante o estudo, é estares constantemente a tê-los, pois são uma das melhores indicações que estás a progredir realmente e que estás a entender cada vez mais a matéria a fundo.
Perguntar aos profs: If you were to write an advice guide about doing incredibly well in this class, what would the chapters be?
Pelo menos uma vez por ano, destrói os hábitos de estudo e tenta coisas novas. Ao fazeres isso vais dar por ti a usar os hábitos antigos. Por isso tens que te forçar continuamente, especialmente no início, a usar os novos hábitos.
Para cada teste pergunta-te:
O que é q 1 aluno que tire 18-20 no teste tem de saber fazer/entender?
"Quando estás a pensar em algo que não entendes tens um sentimento desconfortável chamado confusão. É um negócio difícil e triste. Então a maioria do tempo estás realmente triste com esta confusão, não consegues penetrar na coisa. A confusão é porque nós somos tipo macacos um pouco estúpidos que estamos a tentar juntar dois paus para alcançar a banana e não conseguimos xegar a ela, a ideia. Eu sinto isso a toda a hora, que sou um macaco a tentar por dois paus juntos. Então estou-me sempre a sentir estúpido. Contudo, de vez em quando os paus juntam-se-me e eu xego à banana. É uma sensação de inadequação, e de que és estúpido, e que quem entende a ideia é um génio. Mas todas as ideias que há no mundo foi algum "fool" que pensou nela. E "what one fool can do another can."" (R. Feynman)
Ter contigo algum conceito para aprofundares/problema q n sabes resolver, qdo vais no autocarro,…
Estudar a matéria mais densa/difícil/mais xata de manhã. Se começares a perder concentração, muda para outra matéria mais fácil de seguir.
Ao resolver um problema, vai escrevendo o teu raciocínio e aquilo que não entendes. Torna-se muito mais fácil assim identificar e resolver os mini problemas que te estão a impedir de progredir ao encontro da solução, e de identificar as falhas no teu conhecimento.
Enquanto aprendemos tudo parece divergir e estamos sempre a alargar no conhecimento, mas de vez em quando há períodos em que as coisas convergem, e afinal as duas estradas vão dar ao mesmo sitio ;
Ir pondo num ficheiro notepad coisas para fazer / dúvidas a tirar. [imagem]
Para entender alguma coisa particular de um assunto, começa por enquadrar essa coisa, isto é, ver o assunto geral, a ideia principal da qual esse detalhe faz parte e só depois ir para o particular. Isto serve para criares ligações à nova matéria que vais aprender mais facilmente.
A repetição nem sempre é má. Por exemplo se qiseres decorar alguma fórmula / esquema rapidamente (para alguns exames pode dar jeito decorar alguma coisa para além de a entender para ser mais rápido a escrever/usá-la) tenta desenhá-la/escreve-la de memória. Depois vai-te testando espaçadamente(ver gráficos em baixo) a ver se a consegues ou não desenhar/escrever de memoria.
"I don't believe in the idea that there are a few peculiar people capable of understanding math, and the rest of the world is normal. Math is a human discovery, and it's no more complicated than humans can understand. I had a calculus book once that said, 'What one fool can do, another can.' What we've been able to work out about nature may look abstract and threatening to someone who hasn't studied it, but it was fools who did it, and in the next generation, all the fools will understand it. There's a tendency to pomposity in all this, to make it deep and profound." (Richard Feynman).
Há que saber distinguir quando é necessário ou quando é perda de tempo ir a certas aulas, ler certos livros, ...
A Importância de Rever
Nota: no gráfico de cima, a revisão aparece como sendo instantânea o que é apenas meia verdade. A revisão de um grande número de conceitos pode demorar muito tempo, e muitas vezes esse facto tem de ser tido em conta, por exemplo, terminando o estudo propriamente dito mais cedo, para se dedicar algum tempo a rever tudo o que se aprendeu nesse dia.
Hipótese: dando um tiro no escuro, a função do esquecimento poderá ser grosseiramente descrita por uma função exponencial negativa do género
R=e^{\frac{-t}{c\cdot m \cdot n \cdot q}}
Onde R=retenção, R\in[0,1], t=tempo, c=capacidade de memorização, m=memorabilidade do facto/evento (aumenta quanto mais intensas as emoções envolvidas e quanto mais relacionado connosco for), n=numero de revisões, q=qualidade da aprendizagem
Mas isto serve para que? Quando aprenderes alguma coisa, sabes que deverás revê-la algumas vezes, e mais frequentemente quanto mais recente foi a altura em que a aprendeste. Ex: Aprendes uma coisa agora. Daqui a 10mins volta a revê-la. E 30 mins depois disso, 1h depois da 2ª revisão, 6h depois da 3ª, 1 dia depois da 4ª, 2 dias. etc. É verdade que o marrar antes dos exames tem a vantagem que não se perde tanto tempo em revisões, mas por outro lado, quem reveu aquelas vezes todas vai-se lembrar da matéria por muito mais tempo do que quem marrou, e alem disso nos dias antes do exame já tem o estudo feito, já que rever é muito mais rápido do que aprender, (útil no Verão especialmente, em que muitos dos nossos amigos não engenheiros já andam de férias e nós ainda com exames).
A revisão basicamente é constituída por 2 passos:
1) sem consultar nenhum apontamento, ver se te lembras do conceito/esquema/dedução/... isto é, deduzir de memória (de memória não é decoradas, é saber fazer sem olhar para nenhum apontamento) as demonstrações, desenhar esquemas sem olhar para um já feito, por aí fora;
2) Se falhaste em lembar-te/saber fazer alguma coisa, ir ver o que foi que falhou. Muitas vezes as coisas que mais falham nas revisões são aquelas que não estão bem entendidas, por exemplo, porque foram memorizadas em vez de relacionadas com outras ideias.
Estes gráficos dizem-nos ainda outra coisa. que é mais importante rever uma aula no máximo até um dia depois de termos assistido
Adiar / Procrastinar
Muitas vezes não é fácil começar a trabalhar. O haver distrações não ajuda, mas como vamos ver, o facto de te deixares levar por elas são apenas um sintoma de outra coisa.
Estas notas foram baseadas num vídeo que, de tudo o que vi até hoje sobre o assunto, toca nos pontos-chave. O orador e os investigadores acompanhantes já estudam este tópico há mais de 20 anos. E nota-se.
Uma das teorias porque adiamos coisas é que procrastinar tem a ver com evitar emoções negativas:
Pensar numa tarefa. - "Tenho que fazer ______."
Reação automática negativa
Pensamentos negativos - "Detesto fazer isto.", "Para que vou fazer isto?...", ...
Emoções negativas - Sentir stress, receio, ...
Adiar - Fazer outra coisa qualquer para sentir melhor
Algo faz-nos sentir mal, então fazemos outra coisa para nos sentirmos melhor. Sentir melhor (desconforto reduzido) é a recompensa a curto prazo para procrastinar. Daí que se possa inclusivamente tornar um hábito viciante e automático.
Reconhece quais são as emoções negativas associadas com o ires fazer aquilo que estás a adiar ou que sentes que "não tens vontade". – Por exemplo numa certa altura complicada da minha vida reparei que andava a evitar trabalhar como se fosse uma praga. Reparei que ao começar a trabalhar, talvez por ser necessária mais concentração e não tão envolvente, o que acontece é que a nossa cabeça mais facilmente se vira para os sentimentos desconfortáveis dos quais nos distraímos com outras atividades (jogos, TV, ...). Então parei um bocado, e em vez de andar a evitar esses sentimentos, dei-lhes a palavra, os aceitei e senti o que tive de sentir. Custou, porque é verdade, eram desconfortáveis. Mas passado um bocado senti-me aliviado. E já consegui voltar ao ritmo normal de trabalho.
As pessoas que tendem a adiar muito costumam sofrer de falta de identidade, o que por sua vez resulta em falta de objetivos claros e uma sensação geral de falta de direção na vida. Pensa naquilo que queres da vida antes de mais. Podes dizer "Pah yah, beber caipirinhas numa praia nas Maldivas com a minha namorada e viajar." Pronto, o problema é que mais vale acordar para a realidade que isso não vai cair do céu. Se realmente é isso que queremos, vamos ter que nos esforçar por isso. Se não sentes assim tanta motivação é porque achas que não compensa o esforço. Tudo bem :) Desde que estejamos conscientes das escolhas que estamos a fazer, no problem.
Quem se sente motivado a fazer algo por fatores externos – por exemplo para atingir aquilo que acham que os outros esperam deles – em vez de fazer por seus próprios motivos (relacionado com ter identidade) mais facilmente vão adiar trabalho.
Falta de clareza naquilo que te propões a fazer. Tenta ser mais específico. Em vez de "vou estudar um bocado de mecanica hoje" pensa "vou estudar X horas de mecânica hoje.", "Vou ler 20 páginas daquele livro.","Vou escrever 1 página de notas.", "Vou perder 2kg de peso neste mês, 0.5kg por semana."
Sê ainda mais específico. Quanto menos o cérebro tiver de pensar na hora de tomar uma decisão melhor. Quando vamos a decidir fazer algo o nosso cérebro basicamente por trás está a pensar nos prós e nos contras de ir fazer a coisa, a ver como isso se relaciona com o plano de vida, a ver que neste momento não lhe apetece nada e se calhar adiar um dia não faz mal, até porque está cansado como o crl. Quanto menos ele tiver de pensar nessa altura melhor. Então: "Nesta situação, vou fazer isto para atingir este objetivo." Assim quando essa situação chegar não há nada a decidir. O teu cérebro vai tipo robô.
Horário de Estudo
Para a época antes dos exames:
Faz um horário diário, para perfazer 7-8 horas diárias durante a semana (com aulas incluídas), e 4-6 horas durante o fim de semana. Ao cumprires essas horas não estudes mais, mesmo que estivesses com ritmo/a acabar alguma coisa. Isto serve para dar um caráter de urgência a todo o tempo de estudo e a fazer com que vejas o tempo de estudo como um recurso limitado. Põe mais horas de manha do que de tarde, e às horas que estudares dá toda tua atenção. Estudo é estudo. Com 7-8 horas por dia ainda sobra para o resto =).
Outra maneira de estabelecer o horário é definir as horas que não são para estudar. Por exemplo, dizeres que a partir das 17h não estudas mais, independentemente dos trabalhos que tenhas, faz com dês valor ao tempo limitado que sabes que tens (porque a partir das 17 venha o que vier não estudas mais) o que aumenta a eficiência do estudo.
Fazer calendário em excel, como o que se encontra nas utilidades para visualizar melhor as datas dos exames/entregas de trabalhos e para melhor planear o estudo e dedicação a certas disciplinas de acordo com essas datas.
Para a época de exames:
Nos intervalos não fiques sentado. Basta procurares no google "sitting silent killer" ou "why sitting is killing you" e vês do que estou a falar. Vai dar uma volta, estica as pernas, muda o ponto focal dos olhos para longe, mexe o corpo.
É relativamente difícil de manter 100% de concentração durante 10+ horas por dia, vários dias seguidos, mas se conseguires, parabéns :D. Fora isso, este serve para dias isolados, ou quando o estudo a fazer tenha partes que não sejam muito cansativas mentalmente e possam ser intercaladas com as mais difíceis, caso de trabalhos escritos onde se pode intercalar fases mais intensas (entender a matéria) com fases menos intensas (tratar da formatação/imagens/bibliografia).
Este horário foi feito com os seguintes pontos em mente: Blocos de estudo mais longos, mais cedo; Blocos de estudo inferiores a 1H20; intervalo mínimo de 20min; Cada bloco de estudo deve ser levado a cabo com 100% concentração.
Este horário foi feito com os seguintes pontos em mente: Blocos de estudo mais longos, mais cedo; Blocos de estudo inferiores a 1h; intervalo mínimo de 10min; Cada bloco de estudo dever ser levado a cabo com 100% concentração; cada intervalo dever ser maior que o imediatamente anterior, e as horas de estudo seguidas deverem ir diminuindo, culminando quando há 3h seguidas a estudar (intervaladas) haver um intervalo bastante maior para recuperar; não ter blocos de estudo sozinhos, isto é, estudar sempre 2h+ (para juntar as horas de estudo e se ter tempo para sair de casa/dar 1 volta/whatever)
Onde e Com quem Estudar
Onde e com quem estudar estão relacionados porque pode haver locais onde não dá jeito estudar com certas pessoas. Tens duas hipóteses: 1) estudar acompanhado; 2) estudar sozinho, cada um com as suas vantagens e desvantagens. De qualquer maneira, faz so que puderes para teres um bom ambiente de estudo. Faz os possíveis para minimizar as distrações. Dá ao teu companheiro de quarto o teclado do computador, todos os jogos, whatever.
Ir para um sitio calmo, sair de longe do PC. Levar apenas lápis e papel. Escrever sobre o problema/matéria. Escrever o que pensas força-te a clarificar o que estás a pensar e a confrontar ambiguidades e inconsistências. Dá trabalho. Vais sentir resistência das primeiras vezes que tentares, mas persevera. Aos poucos irás ganhar confiança com a sensação de aprender as coisas a fundo.
Boa sorte. Não deixes a universidade vencer-te. Vence-a :).
Os Coreanos, o Starcraft e o que Nos Podem Ensinar Relativamente a Melhorar o Desempenho em Geral
O Starcraft é um jogo de estratégia de computador, que foi desporto nacional na Coreia durante vários anos, em que o objetivo é, como no xadrez, eliminar o oponente do jogo. O que torna relevante este assunto para este tópico não é o jogo em si, mas o modo como os Coreanos treinam que lhes permite ganhar quase todos os torneios que lhes aparecem à frente. No 1º Starcraft, contam-se pelos dedos os jogadores não-coreanos que conseguiram atingir o topo e ganhar algum torneio, apesar de terem sido muitos os que tentaram.
Na sequela deste jogo, Starcraft 2, que saiu em meados de 2010, os coreanos dominam já a maioria dos torneios, e neste momento já começam a ser poucos os
não-coreanos que lhes conseguem fazer frente. Os torneios realizados na Coreia do sul quase sempre foram vistos como os mais difíceis de todos. Não se pense, no entanto, que sempre foi assim.
A verdade é que, no início, havia mais não-coreanos do que coreanos mas, aos poucos, e foi algo a que assisti, os coreanos começaram a ter mais e mais jogadores colocados em posições altas comparados com os outros.
Mas o que é que têm de especial para conseguirem ultrapassar todos? Um dos motivos, e muito provavelmente o mais importante, é sem dúvida a metodologia do treino. Para os jogadores de topo, jogar Starcraft é uma profissão e não um hobby. Aplicam a fórmula tempo*intensidade*eficiência à letra. Treinam todos os dias de 8-12h por dia. A maior parte vive numa casa onde tudo o que fazem é respirar o jogo. Têm treinadores, que lhes define horário para os dias todos da semana. Discutem estratégias entre eles nos intervalos, praticam coisas específicas, estão sempre com a mentalidade na melhoria do seu jogo. Cada dia têm sentir que melhoraram nem que seja um bocadinho, o seu jogo.
Já os não coreanos, talvez devido à diferença de mentalidade e cultural encaram o jogo mais como um hobby e não como uma profissão, e o que geralmente acontece é que têm um horário e um ambiente de prática mais relaxado. Em média praticam de 6-10h por dia e são menos minunciosos que os coreanos. Os poucos estrangeiros que conseguiram atingir o topo na Coreia na realidade foram
viver para lá e trabalharam como e com eles. Para enfatizar esta diferença de empenho no trabalho e no esforço, darei um exemplo. Esses dois jogadores das imagens são os melhores do antigo Starcraft - Broodwar. São basicamente o Michael Schumacher da fórmula 1, o Roger Federer do Ténis, o Tiger Woods do Golf ou o Ronnie O'Sullivan do snooker ou o Faker do League of Legends. Em entrevistas já disseram várias vezes que jogam cerca de 13h por dia. Ora um deles, está a pensar vir para o Starcraft 2, e enquanto pratica para o antigo de vez em quando joga o novo. Há algum tempo lesionou-se na mão e, para relaxar, numa entrevista disse que o treinador só o deixava jogar Starcraft 2, 60 jogos por dia. Ora nas equipas fora da Coreia, se o treinador diz para jogarem 45, os jogadores queixam-se que é muito. De qualquer maneira o tempo não é tudo. Esse tempo ridículo que passam por dia a praticar, é usado eficazmente. Treinam com os colegas de equipa de mais alto nível, coisas específicas que pretendem melhorar, repetidamente até estar interiorizado. É portanto uma prática intensa constantemente focada em melhorar as habilidades, sempre com objetivos, e não apenas praticar por praticar.
Também noutro jogo, League of Legends, muito famoso hoje em dia, com milhões de jogadores, uma equipa campeã aqui há uns tempos (não sei qual é agora), SKT1, é uma equipa coreana muito antiga do Starcraft, conhecida por ter produzido dos melhores jogadores do mundo, entre os quais o Bisu (praticamente ao nível do Flash e do Jaedong), e uma das poucas que lhe consegue fazer frente, a KT Rolster, é a equipa do Flash.
Também recentemente o Magnus Carlsen (campeão mundial de xadrez atual, e cujo pico de rating Elo é o maior de sempre, 2861, sendo também o mais novo jogador sempre a xegar a nº 1 do xadrez) deu uma entrevista, da qual eu retirei esta parte
Q:Hi. I see a lot of people asking this question and I'm curious about it as well.
Most amazing chess players and GMs that you hear about all started at a very young age, and were often very talented at that age. How much of an impact do you think starting at a young age has? Do you think it's possible to become a master after having started later in life? Is it so rare? Thanks. MagnusOenCarlsen:I think in order to be one of the best in the world, you need to start early on and have a passion and great drive to learn more. In order to become a Master or an International Master, I think you can start later. Also, it's more about putting in the time and hard work rather than talent.
http://www.reddit.com/r/IAmA/comments/20t4pv/hello_reddit_im_magnus_carlsen_the_world_chess
Também o Cristiano Ronaldo é conhecido por ter uma ética de trabalho incessante (google: Cristinano Ronaldo work ethic). Este tipo de respostas é comum a vários desportistas de topo. Ficam algumas citações no final deste capítulo. Eu acrescentaria só que o talento (leia-se tendência inata para se ser bom em alguma atividade) só se faz sentir no topo dos topos, ao nível dos records mundiais. Na faculdade estamos muito longe desses níveis. Basta comparar o nível de treino de um campeão mundial que tem treinadores, programas específicos, horários e planos anuais/mensais/diários bem definidos, etc tudo com o único intuito de estar continuamente a melhorar, com o plano e o nível relaxado de um estudante médio. A margem de melhoria devida a organizar o tempo/melhorar o método de estudo/dedicar horas suficientes é de longe suficiente para se ter excelentes notas a tudo, e tenho a certeza que se alguem tem consistentemente excelentes notas a tudo, 99.9% do mérito vem dos fatores falados acima e não de ser mais ou menos inteligente. Como dizia Thomas Edison, "um génio é 1% inspiração, 99% transpiração.
O pertencer ao top resume-se então a 2 fatores essenciais: a capacidade de treinar muito e arduamente, e de o fazer o mais eficientemente possível.
Q: What are the downsides to fame? Sebastian Vettel: What people don’t see. They see you in the car, see you racing, and if it works out for you they cheer you. But they don’t see what it takes to be at this level - the discipline, the daily training and toil, overcoming your inner temptations and struggling through tempers. Those are the physical challenges that the outside doesn’t see. When you switch on the telly and see qualifying you might think that it’s much ado about nothing - just a few laps. But to get there is a 24/7 marathon for at least ten months.
http://www.formula1.com/news/interviews/2012/7/13579.html
Q: You got 100 Proleague wins in the fastest time with the least amount of games played. All your records are almost always followed by "Quickest." Alot of people call you a Child Prodigy, do you also feel this way? Flash:No I don't. I don't like the word prodigy at all. To me prodigy sounds like a person who was 'gifted' all these things rather than a person who earned all these talents by hard training. I want to be a player who can be acknowledged as great to everyone. And for that to happen, I must train harder to reach my goal.
http://www.teamliquid.net/forum/viewmessage.php?topic_id=108549
Conceivably, the enlightenment that Flash says he achieves dozens of times every day means that he is learning how to become just “that much better” at starcraft each time. In other words, he is learning how to achieve victory in the most efficient manner, continuously aiming for a better tomorrow than yesterday, constantly challenging himself today and relentlessly aiming for those fleeting moments of enlightenment.
You just have to reinforce your weaknesses and maximize your advantages, all the while improving the range and depth of strategic understanding so you can be prepared for any situation that may arise."
http://www.teamliquid.net/forum/viewmessage.php?topic_id=125429
The elite players were spending almost three times more hours than the average players on deliberate practice — the uncomfortable, methodical work of stretching your ability.'
Gladwell Malcolm, Outliers - The Story of Success
I don't have a secret; I just practice and live like everybody else. I guess I put a lot of thought into self-improvement. I do everything that I can so I can focus during practice. I felt that a sound body was important to withstanding long hours of practice, so I started working out and eating healthy, on top of positive thinking. Most importantly, I continued these things without quitting.'
— Jaedong
Visualizing success for a champion is the key thing in their repertoire. I can't see anything more valuable than them seeing the picture of where they wanna go, set up the plan for how they wanna get there, and then on a daily basis rehearse that success, because to me that is what makes a champion.'
— Bob Bowman - Treinador do Michael Phelps
André, mas porqê tanta obsessão com estudar eficientemente? Isto é um pouco deprimente, mas talvez te possa abrir os olhos para a realidade da situação. O tempo é das coisas mais preciosas que tens! Cada um de nós já ganhou, de longe a mais difícil, lotaria. Ter nascido... Aproveita.
Referências
Blog e vídeos do escritor e programador Scott Young, www.scotthyoung.com/blog, canal: https://www.youtube.com/user/TheMITChallenge/videos. Foi este rapaz que me 1º mostrou que eram possíveis coisas extraordinárias com um bom método de estudo. Várias coisas que aqui estão são influência dele. Ele completou o curso do MIT de 4 anos de ciência de computadores em apenas um, levando à letra tudo o que está nesta página - estudando 10h por dia, usando compressão de notas, técnica de Feynman, analogias, eliminando distrações, etc. Basicamente ele fez 1 disciplina em cada 2 semanas. Podem ver o Ted Talk que ele deu
Blog e livro "How to Become a Straight-A Student" do doutorado cientista de computadores, autor e afficionado na melhoria de métodos de aprendizagem, Cal Newport. http://calnewport.com/blog/
No SubReddit de estudantes engenharia, www.reddit.com/r/engineeringstudents, de vez em quando pergunta-se como é que os melhores alunos da faculdade/curso fazem para o serem. Alguns deles respondem dando dicas, algumas das quais axei interessantes e incorporei aqui.
Entrevistas no youtube a Richard Feynman, prémio nobel da física. Ele foi um professor lendário, que sabia explicar de forma carismática, e por relacionamento de ideias e visualizações, e entendia temas complicadíssimos também da mesma forma. Recentemente foram publicadas online e de forma grátis as sebentas que ele fez para as suas aulas. Sugiro que dêem uma espreitadela a um qualquer capítulo, se calhar o 1º é o mais relacionado com mecânica, e se deleitem com o modo simplório mas eficaz com que explica as coisas. Professores, tomem nota! ;). As entrevistas dele vieram reforçar as ideias e técnicas aqui escritas, ao ver alguém ao nível mais alto a usá-las.
O treinador John Wooden, uma lenda no mundo do basket, com records que ainda não foram ultrapassados, explica o que diferencia quem vence de quem perde.